quarta-feira, 20 de outubro de 2010

É,morena...

Eu me lembro quando te vi a segunda vez,e nem eram mais suas pernas que me prenderam,mas era a sua risada,enorme,e totalmente desproporcional ao tamainho da tua boca."Um riso incontido,perdido em algum lugar" da infância,lá pelos 4,5 anos,um jeitinho doce que lembrava a todos que "teu sorriso faz verão".

Mas algo mudou em você morena,algo além das pernas."Não reconheço a minha pequena" mais.Teu olhar perdeu aquela mágica e hoje você não nos faz mais sorrir com a alma,mas sim com um riso melancólico de quem te ama e sabe que essa já não é mais você.

Tudo bem sofrer morena,mas sofrimento maior é te ver assim,saber que o mundo agora está um pouco mais cheio de tédio,mais mórbido,porque se existe ironia nessa vida,pequena,é que tua implacável ironia trás um pouco mais de calma à isso tudo,e só quem te ama de verdade sabe disso,só quem te ama sabe quão doce é teu humor meio amargo.

Sei que "você nunca se arrepende,você gosta e sente até prazer",mas também sei que em algum lugar nessa escuridão está minha pequena de pés descalços,sorrindo a meia boca e balançando o cabelo e o corpo ao som de uma música desconhecida qualquer,só nos faça um favor: já está tarde,volta pra cama e vai deitar,amanhã o sol precisa do teu sorriso pra se levantar.


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ps: Esse texto é uma pequena homenagem à um amigo,Marcelo Silva,que dedica suas manhãs de ócio a brigar comigo.Bem,as palavras são dele,em maioria,mas deixei tudo mais bonitinho,afinal o amargo dele guardo só pra mim.Obrigada nêgo ;*